Tu és soberano, sem a arrogância da autoridade.
Tu és impecável, mas compreende nossa humanidade.
Tu és pleno, mas não Te impõe.
Apenas espera...
Sem pressa ou cobrança.
Apenas aguarda...
Nosso indômito comportamento só acrescenta milhas ao percurso.
Resistência infundada, porque Tu não desiste de nós.
Ainda bem.
Oh, Senhor, que tolice querer ficar longe de Ti.
Distância que nos leva às trilhas do descaso, às escarpas da intolerância,
às feridas da própria ignorância...
Atitudes imperiosas confrontando Tua liberalidade.
Senhor, quem disse que não temos liberdade contigo?
Porque temos tanto medo de nos submetermos a Tua autoridade,
se a verdadeira prisão é nossa autonomia?
E Teu amor infinito, apenas espera...
'Um dia, qualquer dia, tu virás... Eu quero te esperar... Não canso de esperar...'
Sim, Senhor, voltaremos.
E o primeiro passo de nosso regresso começa quando conferimos o rastro do trajeto percorrido
e não encontramos vestígios de nossa caminhada.
O medo percorre nossa espinha.
A tristeza invade nosso coração.
As lágrimas, transbordam nossa alma...
Mas Tu, Senhor, está aqui, ali, em qualquer lugar.
Vigilante e sereno, pronto a nos oferecer o que mais desejamos:
um abraço fraterno, a palavra aconchegante, o alívio na carga.
Que bom que o Senhor não desistiu, nem cansou de me esperar.
Que bom...
